quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Quais são as duas mudanças que todos querem na vida?


Não é verdade que todos queremos mudar. 1) como nos sentimos em relação às coisas, ou 2) nossos comportamentos? Se uma pessoa passou por uma tragédia — sofreu maus tratos quando criança, foi estuprada, perdeu um ente amado, carece de amor próprio — obviamente permanecerá em dor até que as sensações que vincula a si mesma, a esses eventos ou situações sejam mudadas. Da mesma forma, se uma pessoa come demais, bebe, fuma ou toma drogas, possui um conjunto de comportamentos que deve mudar. A única maneira de fazer com que isso aconteça é vincular dor ao antigo comportamento, e prazer a um novo comportamento. Parece muito simples, mas descobri que, para sermos capazes de criar uma verdadeira mudança — uma mudança permanente — precisamos desenvolver um sistema específico para utilizar quaisquer técnicas que aprendemos para criar mudança, e há muitas. A cada dia descubro novas habilidades e novas tecnologias de uma variedade de ciências. Continuo a usar muitas das técnicas de PNL e ericksonianas com que iniciei minha carreira; mas sempre volto a usá-las dentro da estrutura das seis etapas fundamentais que a ciência do NAC representa.

Criei o NAC como um meio de usar qualquer tecnologia para mudança. O que o NAC nos proporciona é uma sintaxe específica — uma ordem e seqüência — dos modos de usar qualquer conjunto de técnicas para criar uma mudança a longo prazo.

Tenho certeza de que você se lembra que no primeiro capítulo eu disse que um dos componentes fundamentais de criar uma mudança a longo prazo é uma modificação das convicções. A primeira convicção que devemos ter, se queremos criar uma mudança rápida, é a de que podemos mudar agora. Outra vez, a maioria das pessoas em nossa sociedade inconscientemente vincula muita dor à idéia de ser capaz de mudar depressa. Por um lado, desejamos mudar depressa, mas por outro nossa programação cultural ensina que mudar depressa significa que talvez nunca tivéssemos qualquer problema. Talvez apenas simulássemos, ou fôssemos indolentes. Devemos adotar a convicção de que podemos mudar de um momento para outro. Afinal, se você pode criar um problema num instante, deve ser capaz também de criar uma solução! Não sabemos que as pessoas quando finalmente mudam é de um momento para outro? Há um instante em que a mudança ocorre.

Por que não fazer com que esse instante seja agora? De um modo geral, é o aprontar-se para a mudança que exige bastante tempo. Todos já ouvimos a piada:
P: Quantos psiquiatras são necessários para trocar uma lâmpada?
R: Apenas... mas é muito caro, leva tempo, e a lâmpada tem de querer mudar.
Bobagem! Nós temos de nos aprontar para a mudança. Temos que nos tornar nossos próprios conselheiros, e condutores de nossas vidas. A segunda convicção que devemos ter, se queremos criar uma mudança a longo prazo, é a de que somos responsáveis por nossa própria mudança, e não qualquer outra pessoa. Há três convicções específicas sobre responsabilidade que uma pessoa precisa ter se quer criar uma mudança a longo prazo:

1) Temos de acreditar que “Alguma coisa tem de mudar” — não que precisa mudar, ou pode mudar, ou deve mudar, mas um tem de mudar absoluto. Ouço com freqüência as pessoas dizerem “Preciso me livrar desse peso”, “Protelar é um péssimo hábito”, “Meus relacionamentos deveriam ser melhores”. Mas podemos usar todos os “deve” e “precisa”, e ainda assim a vida não vai mudar! Só quando algo tem de ser é que iniciamos o processo de fazer mesmo o que é necessário para transformar a qualidade de nossa vida.

2) Devemos não apenas acreditar que as coisas têm de mudar, mas também acreditar que “Eu tenho de mudá-las”. Devemos considerar a nós mesmos como a fonte da mudança. Caso contrário,
ficaremos sempre à procura de outra pessoa para fazer a mudança por nós, e sempre teremos alguém para culpar quando não der certo.

Devemos ser fonte de nossa mudança, se queremos que essa mudança dure.

3) Temos de acreditar que “Eu posso mudá-las”. Sem acreditar que a mudança é possível para nós, não temos a menor possibilidade de realizar nossos desejos.

Sem essas três convicções básicas, posso lhe assegurar que qualquer mudança que você efetuar sempre corre o risco de ser apenas temporária. Por favor, não me entenda mal — é sempre bom ter um grande orientador (um experto, um terapeuta, um conselheiro, alguém que já produziu esses resultados para muitas outras pessoas) para apoiá-los nos passos necessários para dominar sua fobia, deixar de fumar ou emagrecer. Mas, em última análise, você tem de ser a fonte de sua mudança.

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